Motorista de Model S da Tesla morreu após veículo colidir com caminhão numa rodovia da Flórida.
Autoridades dos Estados Unidos investigam o primeiro acidente fatal envolvendo um modelo semiautônomo da montadora Tesla. O automóvel estaria no piloto automático quando colidiu com um caminhão, confirmou a companhia americana na quinta-feira (30). O motorista do carro morreu.
A colisão ocorreu numa rodovia na Flórida no dia 7 de maio. Nem o motorista - Joshua Brown, de 40 anos - nem os sensores do automóvel perceberam o momento em que a carreta fez uma curva para a esquerda em um cruzamento, segundo as gravações das câmaras do carro obtidas pela Agência Nacional de Segurança no Trânsito em Rodovias (NHTSA).
De acordo com o motorista do caminhão, Brown estava assistindo Harry Potter na TV do carro no momento do acidente. O automóvel estaria em alta velocidade. A Tesla contestou a afirmação e disse que não é possível ver vídeos na tela do Model S. Os primeiros relatórios policiais também não indicam que o motorista estava vendo um filme.
A NHTSA afirmou que vai investigar o desempenho dos auxiliares de direção que estavam em uso no momento da colisão. A agência ressaltou que esse é o primeiro passo para determinar se esse tipo de veículo é realmente seguro e avaliar a necessidade de um recall.
Em comunicado, a montadora lembrou os clientes de que o piloto automático é uma tecnologia nova, ainda em desenvolvimento, e que, ao ser acionado, ele não deixa de exigir a atenção do motorista no trânsito. "É necessário manter a responsabilidade e o controle sobre o veículo", reforçou.
Usuário entusiasta
Brown era um proprietário entusiasta do veículo semiautônomo. Um mês antes do acidente fatal, ele publicou um vídeo na internet elogiando o piloto automático, no qual mostra como o sistema evitou uma colisão. Ele disse que não havia percebido o caminhão que aparece nas imagens até seu carro alertá-lo.
O preço inicial dos sedans Model S da Tesla é de US$ 66 mil. A montadora ressaltou ainda que este foi o primeiro acidente fatal em mais de 130 milhões de milhas (209 milhões de quilômetros) já guiadas pelo piloto automático.
O acidente trouxe à tona o debate sobre riscos de modelos semiautônomos. A expectativa era aumentar a segurança no trânsito com esse tipo de veículo e evitar erros humanos, que são responsáveis por 94% dos acidentes. A tecnologia usa um sistema múltiplo de câmeras, radares, lasers e sensores para identificar objetos e determinar o caminho que o carro deve seguir.