O momento de maior pressão passou, mas Zé Ricardo ainda sente os efeitos da eliminação na Libertadores e da cobrança por títulos no Flamengo. O comandante revelou que quase pediu demissão do Rubro-negro após a derrota para o Sport por 2 a 0, dia 7 de junho, pelo Campeonato Brasileiro. Depois, o time ainda empatou com o Avaí por 1 a 1, o que causou uma absoluta turbulência no departamento de futebol.
"Eu não sei se cheguei ao ponto 100, mas cheguei perto. Porque a gente estava fazendo um esforço grande para sair do momento ruim e, mesmo assim, estava com dificuldade. E comecei a pensar se era culpa minha. Mas o pedido de demissão é uma derrota pessoal muito grande. Eu me coloquei numa situação de meu filho me perguntar por que eu desisti. O que eu iria falar para ele, quando ele crescesse, para explicar? Refleti com minha esposa e não tomei a decisão. Confesso que a pressão foi muito grande, mas entendi que era uma questão de provar a mim mesmo que era capaz de seguir", disse em entrevista ao Jornal O Globo.
"A derrota para o Sport teve uma repercussão muito ruim, uma insatisfação da torcida. E eu respeito muito a torcida. Talvez a palavra certa nem fosse pedir demissão, seria fazer um acordo com a diretoria para encerrar o trabalho. O clube me deu respaldo, a direção sempre foi honesta. A maior cobrança era minha. Eu estava tentando arrumar forças para continuar", completou.
Desde a eliminação na Libertadores, Zé Ricardo passou a ser questionado no clube, principalmente por integrantes da administração e conselheiros. A pressão foi amenizada pelos últimos resultados. Na mesma entrevista, o comandante saiu mais uma vez em defesa do contestado Márcio Araújo por conta das críticas de que o volante prejudica a saída de bola.
"Ele é importantíssimo para o grupo, um modelo de atleta e tem evoluído. Contra o Santos, foi exemplar ao lado do Cuéllar. Temos cobrado para que não faça só passes curtos. Ele tem uma leitura de jogo após a perda de bola do time que poucos têm. Temos jogadores talentosíssimos como Guerrero e Diego, com certa dificuldade para marcar e o Márcio compensa isso de forma muito eficiente. Primeiro, conversei com ele para ousar, arriscar. Naquela posição é necessário tentar mais. E durante três ou quatro meses ele fez complementos de treinos, com visão mais profunda do jogo, infiltração", encerrou.
Nesta sexta-feira (30), o meia Everton concedeu coletiva no CT Ninho do Urubu e falou sobre o caso. Ele observou o técnico Zé Ricardo abalado no período.
"É difícil falar sobre isso, porque foi um momento triste. Passamos dez dias ruins e víamos que ele estava abalado. Mas é um grande treinador, a página já virou agora. Esperamos que ele dê a volta por cima".
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