Em 29 de maio de 2016, Zé Ricardo, ainda interino, fez sua estreia como técnico do Flamengo, em vitória por 2 a 1 sobre a Ponte Preta. Exatamente um ano depois, ele está pressionado como nunca, mas ostenta um dos melhores aproveitamentos entre todos os que comandaram a equipe neste século.
Promovido das categorias de base rubro-negra, Zé Ricardo tem 70 jogos oficiais como técnico do time principal, com 40 vitórias, 19 empates e 11 derrotas, em um aproveitamento de 66,1% – considerando também o revés em amistoso contra o Vila Nova, no início de 2017, a marca cairia para 65,2%.
Nenhum outro técnico conseguiu números tão bons quando Zé Ricardo desde Andrade, que também começou como interino e acabou efetivado entre 2009 e 2010. Em 51 jogos, foram 32 vitórias, dez empates e nove derrotas, em aproveitamento de 69,3%, com direito a título do Campeonato Brasileiro.
Desde 2000, além de Andrade, só um outro treinador tem aproveitamento melhor que Zé, mas também com menos jogos. Na passagem entre 2007 e 2008, Joel Santana conseguiu marca de 69,1% em 54 partidas, com 35 vitórias, sete empates e 12 derrotas, em passagem com título do Carioca de 2008.
Quem chega mais perto do trio em termos de aproveitamento é Waldemar Lemos, que, em 2003, conseguiu 63,6%, mas em apenas 11 jogos a frente do time (seis vitórias, três empates e duas derrotas).
Já em tempo de permanência, Zé também tem posição de destaque no Flamengo dos anos 2000. Com seus 70 jogos, o técnico já o mais longevo desde a passagem de 84 partidas de Vanderlei Luxemburgo entre 2010 e 2012 – essa, inclusive, é a maior permanência de um técnico no clube no século.
Também tiveram mais jogos que Zé: Ney Franco, que completou 74 partidas entre 2006 e 2007, com títulos da Copa do Brasil e do Carioca; e Zagallo, 79 duelos entre 2000 e 2001 – venceu Estadual e a Copa dos Campeões.
Em aproveitamento, porém, nenhum treinador que ficou tanto tempo quanto Zé conseguiu melhores números. Luxemburgo teve 57,9%, Ney Franco, 52,3% e Zagallo, 51,9%.
Números à parte, o atual técnico do Flamengo vive momento delicado, embora o presidente Eduardo Bandeira de Mello tenha garantido que ele não será demitido. Apesar do título carioca em 2017, o técnico viu a pressão crescer com a eliminação precoce na Copa Libertadores, ainda na fase de grupos.
JORNALISTA DIZ QUE FLA DEVE SEGUIR COM ZÉ RICARDO, MAS COBRA EVOLUÇÃO
Eliminado da Libertadores da América, o Flamengo ocupa a zona intermediária da tabela do Campeonato Brasileiro após três rodadas, com uma vitória e dois empates, o último diante do Atlético-PR, na Baixada. Embora enfrente alguns questionamentos, o técnico Zé Ricardo foi defendido pelo jornalista Carlos Eduardo Mansur, do jornal O Globo, no "Redação SporTV". O jornalista admite que espera mais do Rubro-Negro, mas espera ver isso com o atual técnico.
- Como tudo é extremo, e a eliminação da Libertadores de fato é indesculpável do ponto de vista de investimento, é óbvio que a pressão se ampliou. Acho que é muito mais fácil esse time ter uma evolução com a permanência do Zé Ricardo e sem uma terra arrasada, do que com uma transformação profunda - considerou.
Para o jornalista, ter passado por baixas como a perda do meia Diego, por exemplo, não pode servir de desculpa para a equipe. Nesse aspecto, ele vê também responsabilidade do clube quando se trata da montagem do elenco.
- É preciso que o time evolua mais para um time que manteve base. É óbvio que chegou em um ponto que tem um número alto de jogadores fora, alguns previsíveis, e a montagem do elenco deveria levar isso em conta. O Flamengo tem ainda questões a resolver (...) É um time que ao atacar, por exemplo, é muito espaçado. Ele tem uma organização defensiva, uma construção por vezes difícil de fazer, posse de bola e pouca contundência. Nesse ponto precisa sim evoluir - insistiu.
Carlos Eduardo Mansur acredita que a pressão também é grande pela ânsia por títulos do torcedor rubro-negro. Para o jornalista, após um período de reestruturação que contou com a compreensão do torcedor, está na hora de ir além e mostrar resultados dentro de campo.
- O Flamengo é um time que precisa conquistar esse ano (...) Durante boa parte desse processo de reestruturação, parecia que o resultado esportivo era muito menos importante que todo o resto. Qualquer derrota era natural porque estava se fazendo um trabalho mais importante nos escritórios, quando na verdade a atividade esportiva também é importante, perseguir a vitória também é importante. O Flamengo foi cometendo erros esportivos que o impediram de fazê-lo. Criou um certo ambiente de auto-complacência em relação aos resultados e agora chegou momento que precisa conquistar - completou.
Nono colocado no Campeonato Brasileiro (com a possibilidade de ser ultrapassado pela Chapecoense nesta segunda), o Fla volta a jogar pela competição no domingo, às 11h, quando recebe o Botafogo no Estádio Raulino de Oliveira.
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